Allan Kardec

Allan Kardec

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Cristianismo e o Povo


Com sua plena aceitação pelo poder civil, a Igreja do século IV progrediu livremente. As conversões se multiplicaram, atingindo as massas. Criaram-se por toda parte novas sedes episcopais e a religião cristã passou a dominar sobretudo no Oriente, na Ásia Menor, Armênia e Trácia, exercendo também grande influência na Síria, Egito, África do Norte e sul da Espanha. Por outro lado, difundiram-se debilmente na Itália, Sicília e penínsulas balcânica e ibérica. Para a Igreja, entretanto, as conversões obtidas sob pressão oficial representavam vantagens relativas, pois a falta de convicção dos convertidos enfraquecia a religiosidade. A vida eucarística sofrera um afrouxamento e certos bispos preocupavam-se com o elevado número de fiéis que só participavam do sacrifício por ocasião das grandes festas. O culto, apesar da diversidade de formas, devida aos costumes locais, conservava sempre o caráter de uma celebração de mistérios: 
  • a parte essencial do ato eucarístico realizava-se com as portas fechadas, entre os iniciados. 
  • O batismo era administrado geralmente aos adultos, depois de um período de provação e preparação. 
  • O sacramento da penitência era realizado publicamente, conforme as expiações exigidas.
        Ao lado das formas oficiais de culto, existiam numerosos tipos de devoção popular que a hierarquia se esforçava por controlar e integrar. O povo necessitava de uma religião que respondesse a seus problemas e por isso buscava intercessores mais próximos, no culto dos mártires. Firmara-se o costume dos banquetes funerários, em homenagem a esses santos, realizados em suas tumbas, e aceitos com reservas pela Igreja. Difundira-se também o costume da veneração de relíquias dos mártires e rapidamente surgiram abusos: havia andarilhos que vendiam os membros dos santos. Tal problema se acentuou ao ponto de o imperador Teodósio promulgar urna lei proibindo a transferência e comércio de relíquias. Graças ao mesmo culto, desenvolveu-se a prática das peregrinações. Multidões viajavam até santuários consagrados a mártires célebres e também aos lugares santos da Palestina, onde já se erguiam basílicas em Belém, no Calvário e no monte das Oliveirais.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Revista Abril Cultural, matéria "As Grandes Religiões".
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

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