Allan Kardec

Allan Kardec

terça-feira, 31 de março de 2015

É Deus...


Conta-se que um louco chegou à praça e gritou: Deus morreu. Agora, as catedrais serão os seus mausoléus.
Alguns se admiraram do que ele dizia. Era mesmo um louco. Outros, de imediato, concordaram, acenando afirmativamente com a cabeça. Outros, ainda, ousaram se manifestar: E onde está a novidade?
Uma criança, que passava pela praça, no entanto, se mostrou extremamente preocupada.
Deus morreu? E agora, quem vai alimentar os peixes e os pássaros? Quem vai acender as estrelas?
*   *   *
Um estudo realizado em 2013 indicou que muitos cientistas acreditavam em Deus, conforme o conceito mais comum e usual.
Repetindo, com exatidão, uma famosa pesquisa realizada em 1914, Edward Larson, da Universidade da Geórgia, constatou que a profundidade da fé religiosa entre os cientistas não diminuiu, apesar dos avanços científicos e tecnológicos.
Tanto no século XX quanto no XXI, em torno de quarenta por cento dos biólogos, físicos e matemáticos, que participaram da pesquisa, disseram que acreditavam em um Deus que, segundo a estrita definição do questionário, se comunica com a Humanidade e a quem se pode orar na expectativa de receber uma resposta.
Albert Einstein dizia que sem Deus, o Universo não é explicável satisfatoriamente.
Para ele, Deus era a Lei e o Legislador do Universo. E afirmou: Quando abro a porta de uma nova descoberta encontro Deus lá dentro.
O cientista francês André-Marie Ampère, fundador da eletrodinâmica, escreveu uma obra intitulada Provas históricas da Divindade do cristianismo.
O inglês Isaac Newton, mais reconhecido como físico e matemático, e que também foi astrônomo,  alquimista, filósofo natural e teólogo, foi considerado o cientista que maior impacto causou na História da ciência.
Para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.
Essa sumidade científica acreditava que a maravilhosa disposição e harmonia do Universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode.
E afirmava: Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta.
Posso pegar meu telescópio e ver milhões de quilômetros de distância no espaço. Mas, também posso pôr meu telescópio de lado, ir para o meu quarto, fechar a porta e, em oração fervorosa, ver mais do céu e me aproximar mais de Deus do que quando estou equipado com todos os telescópios e instrumentos do mundo.
Para as grandes inteligências, a existência de Deus é palpável. Atestada pelos Seus efeitos, conforme aprendemos: Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
Bem tinha razão a criança em indagar quem tomaria conta dos peixes e dos pássaros se não houvesse Deus.
E diríamos mais: quem comandaria o concerto dos mundos, que viajam pelo espaço infinito, a grande velocidade?
Quem colocaria plumagem nas aves e providenciaria o orvalho das manhãs?
Quem faria brilhar o sol, a lua e as estrelas? Quem estabeleceria a rota precisa dos cometas?
Quem pintaria o arco-íris e colocaria veludo nas pétalas das flores?
E a toda questão, poderíamos ouvir o coro dos ventos e dos ramos dos salgueiros: é Deus... é Deus... é Deus.
Fontes:
Redação do Momento Espírita.
Em 30.3.2015.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.


segunda-feira, 30 de março de 2015

Batalha pela Vida


Têm crescido, em todos os quadrantes da Terra, os movimentos pela ecologia.
No Brasil, em defesa das tartarugas existe o projeto Tamar. Para a preservação dos animais, o homem se tem esmerado.
Naturalmente por descobrir que, destruindo a vida animal, está decretando problemas graves para sua própria existência sobre a Terra.
O que causa estranheza é que esse mesmo homem decrete a morte do seu semelhante, nas suas nascentes.
Estamos nos referindo aos movimentos pró-aborto, que falam da destruição de vidas humanas, como se não fossem coisa alguma.
São vozes que se unem para exigir a morte dos que, no ventre materno, têm descobertas suas deficiências na área física ou mental.
Esquecem de olhar ao seu redor tais criaturas, pois um dos cérebros mais privilegiados da atualidade é um deficiente físico que nada mais move senão a cabeça. Referimo-nos a Stephen Hawking.
Outros falam, no entanto, do abortamento dito sentimental. É quando a mãe é vítima de violência e engravida.
Fala-se em como ela poderá vir a amar o fruto daquele ato tão terrível. Diz-se que a visão do rebento sempre haverá de trazer à lembrança o ato agressivo por que ela passou.
Contou-nos um amigo da área médica que foi procurado por uma jovem que passou por essa experiência traumática. Descobrira-se grávida e desejava o abortamento.
Quis a Divindade que ela fosse ao consultório de um médico cristão, que lhe falou da bênção da vida, da sublimidade da maternidade.
Após algumas horas de uma boa conversa, ela se foi. Meses depois, ele recebeu uma correspondência. Abrindo o envelope, encontrou uma foto de um bebê lindo, saudável.
Atrás, em letra uniforme, bem desenhada, uma frase curta, mas extremamente significativa:Obrigada por você ter contribuído para que esta foto pudesse existir.
Quatro anos depois, o médico recebeu em seu consultório a mãe e a criança. Porque a foto do bebê estivesse sobre a sua mesa, em um belo porta-retratos, a mãe disse ao filho que era ele, quando bebê.
O menino pegou a foto e olhou com atenção. Depois, se aproximou do médico e perguntou: Tio, me diga onde eu estou mais bonito? Ali, naquela foto ou aqui, ao vivo?
*   *   *
Em torno do aborto existe uma verdadeira indústria. Atualmente ela se encontra entre as maiores indústrias do mundo.
A jornada de nove meses realizada pelo bebê no útero materno é uma experiência psicoterapêutica para o Espírito que deseja renascer.
Por isso mesmo, a não ser nos casos em que a mãe corra risco de morte, a opção deve ser sempre pela vida.
Proclamemos a vida. Lutemos pela vida.
Fontes
Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado pelo Dr. Alberto Almeida, na Conferência Brasil-Portugal, em 19 de março de 2000, em Salvador, BA. Em 23.01.2012.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.


domingo, 29 de março de 2015

Sabedoria Sem Diplomas


No mercado competitivo de hoje, em que os comerciantes desejam obter lucros a qualquer preço, existem empresários que realmente se importam com seus funcionários e com a boa harmonia no ambiente de trabalho.
É o caso de um lojista especial, que não se altera diante das costumeiras oscilações do mercado, mas sofre quando um de seus empregados tem um problema qualquer.
A maneira calma de falar, o respeito pela opinião dos outros, e a ponte do diálogo sempre estendida, é sua prática administrativa.
Ele nunca fez um curso de administração, não entende de contabilidade nem de economia, mas sabe como se consegue estimular uma equipe para atingir os objetivos.
Um homem simples, sem diplomas, mas com grande sabedoria.
Faz reuniões constantes e ouve o que os funcionários têm a dizer. Não faz terrorismo com os vendedores, apenas esclarece que a estabilidade da loja depende do esforço de cada um.
Os funcionários chegam sempre visivelmente alegres pela manhã, e terminam o dia com a mesma disposição de ânimo, até mesmo nos dias em que não entra um único cliente na loja.
Isso porque não existe aquela pressão para que se venda, venda e venda...
É claro que são estabelecidas metas, mas ninguém se desespera quando não consegue atingi-las, uma vez ou outra.
Esse empresário é um exemplo de como as coisas podem ser diferentes, mesmo num mercado competitivo e ávido por lucros.
Essa prática traz benefícios tanto para o patrão como para funcionários e clientes.
E sabe por quê?
Porque sua preocupação é com o bem-estar, acima do lucro. E isso faz com que não precise se desgastar com funcionários insatisfeitos, rebeldes, infelizes.
Por outro lado, as vendas e o lucro acabam sendo uma consequência natural dessa prática administrativa, pois o cliente que chega se sente acolhido e respeitado.
E os funcionários se sentem seguros, já que a maioria está na loja há vários anos, e nenhum deles pretende sair.
É claro. Quem não gostaria de trabalhar num lugar assim?
Talvez alguns administradores não concordem com essa prática, mas a verdade é que ela funciona.
E funciona porque existe respeito, sinceridade, comprometimento, confiança e lealdade de ambas as partes...
Na verdade, segundo alguns especialistas, essa é a verdadeira liderança. A liderança compartilhada, a autoridade real, contrária ao despotismo e à tirania, que oprimem e infelicitam.
Se todos os administradores tivessem essa consciência e agissem com seus subordinados conforme gostariam que com eles agissem, a sociedade seria mais feliz.
E todos se levantariam, a cada manhã, com bom ânimo para ir trabalhar, mesmo nos dias frios e chuvosos, porque estariam indo para um lugar onde se sentem bem e são respeitados.
Quem não gosta de ser valorizado, ouvido e bem quisto?
Você, que é administrador, pense nisso, e considere que o comprometimento da sua equipe não se dará por decreto.
Ou você conquista seus pares, ou passará boa parte do seu dia se desgastando com fofocas, intrigas, ciúmes, motins e sabotagens.
Muitas vezes os ambientes de trabalho se tornam verdadeiros infernos para patrões e empregados, que não cumprem com seus deveres básicos, como o do respeito mútuo, que deveria reger as relações.
Patrões e empregados por vezes se esquecem de que são, antes de tudo, seres humanos, que têm sentimentos, sofrem, choram, têm problemas, amam e desejam ser felizes.
Portanto, você, que é funcionário, pense nisso, e busque agir com aqueles que dividem o ambiente de trabalho com você, como gostaria de ser tratado.
E você, que é líder da equipe, considere que, em vez de mandar e ser obedecido, mas também odiado, seria mais producente praticar a liderança com humanidade e conquistar uma equipe comprometida, eficaz e invencível.
Pense nisso, você é capaz. Basta querer.


Fontes:

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

sábado, 28 de março de 2015

Nossa Cultura


Atravessamos na Terra, fase de dificuldades sem conta, nas áreas de cultura geral.
Desconhece-se a estrutura da própria linguagem que se fala. Usam-se gírias ou expressões chulas que denunciam a pobreza dos falantes relativamente à formação cultural.
Ignoram-se os fatos históricos que envolvem a sociedade em que se vive.
Espalham-se infames zombarias, inventam-se lendas sem beleza e sem sentido, refletindo a pouca madureza social.
Não se cogita de penetrar as razões desse ou daquele monumento, sentindo-se, tantos, impulsionados pelo instinto destruidor e vândalo, que, incapazes de compreender, por descaso, preferem pichar, destroçar ou poluir de modo drástico, o que encontram pela frente.
O gosto pelas Bibliotecas, pelas salas de arte, por Museus, por Teatros e pela literatura excelente de todos os tempos, tudo tem ficado na retaguarda das preferências.
Os desportos nobres e educativos ainda contam com poucos adeptos.
Temos, ao revés, um quadro enorme dos que procuram os exercícios desportivos excitantes e violentos, que pouco ou nada acrescentam no âmbito das conquistas do Espírito.
Encontram-se, com maior frequência, muitos que se ajustam a espetáculos pornográficos, do palco ou da tela, em franco deboche à sensibilizante arte.
*   *   *
Diante de tudo isso, precisamos com urgência de educação e de boas referências.
O bom gosto se forma pela contemplação do excelente e não do sofrível, dizia Goethe, compreendendo com perfeição a construção do aprendizado na alma humana.
Cabe aos pais e aos educadores mostrarem o excelente, preencher os educandos de boas referências desde cedo, se desejarem desenvolver neles uma cultura rica e útil.
As crianças, os jovens, precisam estar mergulhados num caldo cultural que favoreça o desenvolvimento de uma massa crítica, que proporcione a contemplação do belo, que os ensine a pensar e a sentir.
As grandes mídias estão repletas de um verdadeiro lixo cultural, se podemos chamar assim, porque nós, a grande maioria, consumimos isso.
Aliás, a palavra consumo é uma das preferidas nos tempos atuais, inclusive invadindo áreas em que não há como se conjugar o verbo consumir, na essência, pois o que não é material, o que não é tangível, não se consome.
Na verdadeira arte nada se consome. A arte se contempla, se admira. Ela alimenta a todos quando é instrumento do belo e do bem e nunca se acaba, pois o que se consome, se finda.
Podemos consumir um CD, um arquivo de MP3, mas nunca uma bela música.
É tempo de retirar as cascas e máscaras que criamos através de nossos vícios morais, e nos permitir enxergar tudo como realmente é.
O que verdadeiramente importa para mimEspírito? Não sou um consumidor, sou um Espírito imortal, que voltei à Terra para crescer moral e intelectualmente.
Voltei para aprender com quem já esteve aqui, com a História do meu povo, com os grandes, com os missionários, com aqueles que deram a vida para que hoje tivesse o conforto de que desfruto.
Voltei para me tornar mais sábio, não o sábio de Biblioteca apenas, mas o que tem condições de aplicar em sua vida tudo aquilo que aprende, que faz de seu conhecimento uma mola propulsora para que possa amar mais e melhor.
Cultura e amor. Eis o que precisamos com urgência.
Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Juventude e cultura, 
do livro Cântico da juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque, 
psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 20.3.2015.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.


quinta-feira, 26 de março de 2015

A Voz e o Silêncio




Aumenta volumosamente a balbúrdia no mundo.
Não há respeito pelo silêncio.
As pessoas perderam o tom de equilíbrio nas conversações, nos momentos de júbilo, nas comunicações fraternais.
Grita-se, quando se deveria falar, produzindo uma competição de ruídos e de vozes que perturbam o discernimento e retiram a harmonia interior.
As músicas deixam, a pouco e pouco, de ser harmônicas para se apresentarem ruidosas, sem nenhum sentido estético, expressando os conflitos e as desordens emocionais dos seus autores.
Cada qual, por isso mesmo, impõe o volume da sua voz, dos ruídos do lar, das comunicações e divertimentos através dos rádios e das televisões.
Há um predomínio da violência em tudo, nos sentimentos, nas conversações, nas atividades do dia a dia.
Há demasiado ruído no mundo, atormentando as criaturas.
*   *   *
A voz é instrumento delicado e de alta importância na existência humana.
Sendo o único animal que consegue articular palavras, o ser humano deve utilizar-se do aparelho fônico na condição de instrumento precioso, e de cujo uso dará contas à consciência cósmica que lhe concedeu admirável tesouro.
Jesus, o Sublime Comunicador, cuja dúlcida voz inebriava de harmonia as multidões, viveu cercado sempre pelas massas.
Sofreu-as, compadeceu-se delas, mas não se deixou aturdir pela sua insânia e necessidade.
Logo depois de as atender, recolhia-se ao silêncio, fugindo do bulício, a fim de penetrar-se mais pelo amor do Pai, renovando os sentimentos de misericórdia e de compreensão.
Procedia dessa forma, a fim de que o cansaço, que surge na balbúrdia, não lhe retirasse a ternura das palavras e das ações.
*   *   *
Necessitas, sim, de silêncio interior, para melhores reflexões e programações dignificantes em qualquer área do comportamento em que te encontres.
Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a seriedade na multidão desarvorada e falante.
Os grandes sábios do cosmo sempre souberam silenciar.
Silenciar em oração perante as necessidades do outro. Silenciar em respeito ao sofrimento alheio.
Silenciar em consideração às ideias divergentes. Silenciar a vingança diante dos males recebidos.
É no mundo do silêncio que construímos as palavras edificantes que sairão de nossa boca.
É no mundo sem voz que elaboramos o canto que logo mais irá encantar ouvintes numa sala de concertos.
É no mundo do silêncio que embalamos nossos amores, que pensamos em melhorar, reformar e transformar.
Assim, saibamos dosar o silêncio em nossas vidas, evitando que a balbúrdia e a loucura se instalem.
Saibamos usar a voz com cuidado, a cada pronunciar de palavra, assim como o concertista o faz na interpretação de uma ópera.
A música elevada, assim como a vida, é feita de som, mas também de silêncio.
Fontes:
Redação do Momento Espírita com base no cap.

Silêncio, do livro Jesus e vida, pelo Espírito 
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo 
Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 26.3.2015.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará..

quarta-feira, 25 de março de 2015

Benfeitores Invisíveis


Diz-se que, ao lado de grandes homens, existe uma mulher, esposa, irmã ou mãe, que lhe serviu de sustentáculo e apoio.
Pois, por detrás de grandes conquistas ou eventos, em geral, existe um benfeitor, quase sempre ignorado das criaturas.
Publicações preciosas, estudos científicos, descobertas, têm mecenas que abriram seus cofres e ofereceram valores para a sua concretização.
Gabriel Delanne, considerado apóstolo do Espiritismo, pelo seu trabalho de divulgação, certa vez recebeu uma carta de uma senhora, que lhe pedia fosse a Versalhes, onde ela morava.
Desejava, confessava ela, lhe dar conhecimento de algo importante referente ao Espiritismo.
A carta estava escrita em papel inferior, redigida em termos obscuros, em estilo descuidado e cheia de erros de francês, além de falhas de ortografia.
Delanne se sentiu tentado a desconsiderá-la. Todavia, após refletir, decidiu ir ao encontro que lhe era assinalado.
A residência indicada, uma casa antiga, ficava num quarteirão distante, na extremidade de um subúrbio, nos fundos de velho pátio.
Depois de tocar a campainha três vezes, ouviu um passo pesado e a porta se entreabriu. Delanne entrou, sentou-se e ficou observando o ambiente, que lhe pareceu estranho.
Com um acento inglês, a mulher começou a expor a ideia de fundar um pequeno jornal para divulgar o Espiritismo.
Mas, senhora, respondeu ele, é preciso dinheiro. Isso custa muito caro.
A mulher se dirigiu, com seu passo pesado, para uma mala que Gabriel havia visto ao entrar.
Ela a abriu, apanhou um maço de velhos papéis e retirou uma enorme pasta de couro.
De uma das bolsas apanhou cinco notas de mil francos, que colocou, tranquilamente, diante de Delanne.
Naquela época, ano de 1883, cinco mil francos representavam uma soma com a qual se podia tentar uma operação comercial.
Aqui está, disse ela. Para as primeiras despesas. Depois, eu fornecerei o mais que seja necessário. O senhor aceita redigir o jornal?
E, foi assim, graças à generosa inglesa, que não era outra senão a senhora D’Espérance, médium de feitos extraordinários, ainda não conhecida na França, que a revista Le Spiritisme veio a lume, em março de 1883.
Foi grande veículo de divulgação da nova doutrina. E Gabriel Delanne conservou a maior admiração por aquela que assim dispôs dos seus bens.
Imensamente grato, gostava de narrar a seus íntimos a história do inusitado encontro e do exitoso final.
*   *   *
Para o seu messianato, também Jesus contou com pessoas bem aquinhoadas que financiavam Seu apostolado, Suas viagens e dos companheiros que Ele elegera para o colégio apostólico.
Lucas, em Seu evangelho, cita Susana, Madalena, Joana, a mulher do intendente de Cusa.
O trabalho do bem se realiza com o esforço de todos. E, cada qual colabora com o que tenha: uns dispõem dos valores, outros do seu trabalho e esforço pessoal.
Assim se constrói o mundo novo. Ontem, hoje e amanhã.
Fontes:
 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1,do livro Gabriel Delanne, vida e obra, de Paul Bodier e Henri Regnault,  ed. CELD. Em 17.3.2015.
Roimeu L. Wagner, Belém, Pará.


terça-feira, 24 de março de 2015

Dar e Dar-se


Quando se fala em caridade, logo consultamos mentalmente os bolsos ou a conta bancária, para verificar se podemos dispor de algum valor em benefício dos financeiramente mais necessitados.
Todavia, entre dar moedas para quem delas precise e dar-se em prol do semelhante, vai grande distância.
Não negamos que a caridade material é muito importante para quem não possui o mínimo necessário. Entretanto, é importante que pratiquemos também caridade moral, que é a mais difícil, porém a mais meritória.
Por caridade moral entende-se o perdão, a paciência, a tolerância, o tempo para ouvir um desabafo etc.
Conforme ensinou Jesus, referindo-se ao óbolo da viúva, quando damos o que nos faz falta, ou o que nos é difícil praticar, será mais meritório, aos olhos de Deus, do que dar o que nos sobra ou perdoar a quem amamos.
Assim, as mais belas doações que a Humanidade conhece foram realizadas de forma diversa da simples esmola.
Gandhi, sem qualquer posse, deu-se à luta pela não violência, tornando-se um símbolo de paz e doando a vida em holocausto pelo ideal libertador que o abrasava.
Irmã Dulce, a veneranda religiosa aparentemente frágil, doou-se aos irmãos carentes até os últimos instantes de sua existência sobre a face da Terra. E embora não possuísse bens materiais, foi um exemplo vivo de caridade e amor ao próximo.
Francisco de Assis, após despir a túnica que pertencia ao genitor e renunciar ao nome da família, fez as mais preciosas oferendas, dando-se a si mesmo a ponto de tornar-se santo da Humanidade.
Jesus, que não possuía uma pedra para reclinar a cabeça, embora as aves do céu tivessem ninhos e as serpentes covis, é o excelente exemplo da maior doação de que se tem notícia na história da Humanidade.
Quantos homens e mulheres, seguindo-Lhe as pegadas, deram e doaram-se ao amor pelo próximo, vitalizando a esperança no mundo, através dos tempos.
Se meditarmos em profundidade, descobriremos as fortunas de amor escondidas no nosso mundo íntimo.
Basta que a boa vontade e a abnegação se façam garimpeiros e descubram as gemas da caridade maior de que podemos dispor fartamente, endereçando-as a todas as criaturas do roteiro por onde transitamos.
Esta forma superior de dar-se, nos fará bem, nos fará sentir ditosos, porquanto perceberemos que estamos doando-nos, e a autodoação é a única forma de encontrar a felicidade.
*  *  *
O gesto em flor de ternura, a gota do sentimento nobre, a palavra em música de compreensão, o pão em bênção alimentícia, o poema do perdão são orvalho da caridade.
E a caridade é como sublime fragrância que perfuma primeiramente o frasco que a transporta em sua intimidade.

Fontes:
Redação do Momento Espírita com base no cap.34, do livro
Rumos libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 05.08.2009.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Temor da Morte


  Determinada reportagem televisiva nos deu ciência de que, em enquete realizada junto a adolescentes de populosa capital do nosso país, 51% deles revelaram que seu maior temor é a morte.

        Ao ouvirmos o resultado da pesquisa, de imediato nos pusemos a pensar acerca do quanto necessitam de orientação religiosa os nossos jovens.

        Porque o que dá causa ao medo da morte é o receio da destruição total, decorrente da noção equivocada acerca da vida futura.

        À proporção que o homem compreende melhor o que o espera para além da tumba, o temor da morte diminui. Arrefece, até desaparecer.

        Ciente de que a vida terrena é transitória e de que o aguarda outra vida, vibrante, verdadeira, após o decesso físico, com tranquilidade enfrentará a morte.

        A certeza da vida futura lhe dá outro curso às idéias. Outro objetivo ao trabalho.

        Tudo o que oferece o mundo material é considerado como oportunidade de progresso, de experiência. As coisas materiais são bens de que deve se utilizar, com sabedoria, consciente de que não os levará consigo.

        A certeza de que, após a morte, poderá reencontrar seus amigos, reatar relações que teve na Terra e de que o fruto do seu trabalho não se perde, confere ao ser humano calma para o momento da morte.

        Afinal, ela não é uma megera que vem destruir a felicidade, ceifando a vida mais preciosa, o ser mais amado, numa sistemática de puro prazer.

        É, sim, dentro da Lei de Destruição, Lei instituída pela Divindade que opera com sabedoria a sua ação.

        Reeducarmo-nos e educarmos os nossos filhos se faz urgente. Desde cedo, ensinar aos pequenos que a morte não existe, senão no tocante ao físico.

        Que ninguém morre, senão na roupagem carnal. O Espírito imortal prossegue a viver, como antes de renascer, vivia na espiritualidade e já enfrentou outras tantas vidas na carne.

        Também preciso se faz que passemos a enfrentar a circunstância da morte de forma diversa.

        Até os dias da atualidade, a passagem da Terra para a Espiritualidade é rodeada de cerimônias lúgubres, que verdadeiramente infundem terror.

        Os emblemas da morte lembram somente a destruição do corpo, mostrando-o descarnado.

        A partida dos seres para o outro mundo se faz acompanhar de lamentos dos sobreviventes, como se morrer fosse uma desgraça.

        As despedidas são de adeuses eternos.

        É necessário mudar toda essa panorâmica.

        Em vez de recordar a destruição do corpo, mostrar a alma se desembaraçando, radiosa, dos grilhões terrestres.

        No lugar das lamentações e dos adeuses, a saudação de quem sabe que logo mais também realizará a grande viagem.

        E, por isso, simplesmente diz: Até breve. Até logo!

        Sem dúvida, muito tempo será preciso para o homem se desfazer desses preconceitos acerca da morte.

        No entanto, há que se começar a educação, pois que à medida que se conceber uma idéia mais sensata da vida espiritual, desaparecerão os temores.

* * *
        Os homens verdadeiramente sábios não temem a morte.

        Fartos exemplos encontramos em Gandhi, que se deixou imolar em nome da não violência.

        De Francisco de Assis que afirmou continuar a trabalhar em seu jardim, mesmo se soubesse que algumas horas após morreria. 
   
        O maior exemplo foi o Cristo que nos ensinou a morrer com dignidade. Na hora final, suas palavras foram: Pai, em Tuas mãos, entrego o Meu Espírito.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, pt. 2, do livro
O céu e o inferno, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 21.07.2008.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

domingo, 22 de março de 2015

Utilize Seus Recursos


A maioria dos homens não vive em paz.
Estar em paz não significa apenas não fazer parte de uma guerra.
Muitas vezes não há atritos visíveis com os semelhantes, mas a criatura permanece sem sossego.
A paz interior consiste em uma harmonia preciosa e constante.
Quem desfruta desse tesouro convive bem consigo mesmo.
Por mais que enfrente dificuldades na vida, seu íntimo permanece tranqüilo.
O homem pacificado não necessita inventar distrações.
A percepção de seu mundo interior não o angustia.
A agitação da sociedade moderna evidencia quão poucos realmente desfrutam de paz.
As inovações tecnológicas gradualmente liberam o homem de tarefas repetitivas e tediosas.
Cada vez ele dispõe de mais tempo livre, mas não utiliza suas folgas para conhecer e cultivar o próprio caráter.
Na ânsia de conquistar coisas, multiplica desnecessariamente as horas de trabalho.
E nos raros momentos em que se permite ficar livre, procura distrações ruidosas e absorventes.
É como se o encontro com a própria alma fosse algo a ser evitado.
Sejam ricos ou pobres, bonitos ou feios, cultos ou iletrados, os homens procuram fugir de si próprios.
Mesmo quem reúne condições consideradas ideais para a felicidade raramente desfruta dessa situação.
As criaturas enfrentam torturas íntimas, ansiedades e complexos aparentemente injustificados.
Por mais que a vida siga tranqüila, a ausência de paz permanece.
A questão é que a verdadeira paz pressupõe a consciência tranqüila.
E tranqüilidade de consciência só tem quem está em harmonia com as leis divinas.
Todos os homens já viveram inúmeras vidas, em sua jornada pelo infinito.
Foram criados ignorantes e simples e se destinam à mais elevada sabedoria.
Para crescer em entendimento e compreensão, encarnam inúmeras vezes, em diferentes situações.
Objetivando aprender a discernir o certo do errado, dispõem da liberdade de agir.
Contudo, respondem por tudo o que fazem.
A lei humana é falha e muitos equívocos são por ela ignorados.
Mas na consciência de cada ser encontram-se registrados todos os seus atos.
Maldades cometidas contra os irmãos podem ter sido bem escondidas no passado.
Mas quem se permitiu viver o mal mantém em seu íntimo a marca da desarmonia.
Ocorre que toda vivência, mesmo marcada pelo erro, deixa a herança da experiência.
De cada refrega o homem sai amadurecido.
A cada vida ele cresce em entendimento e possibilidades.
O importante é aprender a utilizar no bem os recursos adquiridos.
Em sua primeira epístola, o apóstolo Pedro afirma: “o amor cobre a multidão de pecados”.
Os erros fazem parte do processo de aprender.
Mas apagá-los mediante o amor bem vivido propicia paz e harmonia.
Assim, utilize seus recursos no bem. Contabilize todos os tesouros que você amealhou no decorrer dos séculos:
Inteligência, sensibilidade, aptidão para falar ou escrever, habilidades as mais diversas. Empregue tudo isso na construção de um mundo melhor.
Ao utilizar amorosamente seus talentos, você estará cumprindo a tarefa que lhe cabe no concerto da criação. E uma sublime paz habitará seu coração.
Pense nisso.
 
Fontes:
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

sábado, 21 de março de 2015

O Pai Mais Forte do Mundo


Dick Hoyt, oficial da Guarda Nacional da Força Aérea Americana, lutou muito para que seu filho Rick pudesse levar uma vida o mais perto do normal possível.
Rick sofreu paralisia cerebral no nascimento, em mil novecentos e sessenta e dois, ficando incapacitado de controlar os movimentos do corpo.
Os médicos aconselharam seus pais a deixarem-no em uma instituição especializada, justificando que ele iria vegetar pelo resto da vida.
Contrariando essa orientação, eles o criaram em casa e, nos cuidados diários, reparavam como os olhos do filho seguiam os movimentos dos dois pelos aposentos.
Quando Rick fez onze anos, eles o levaram ao departamento de engenharia da Tufts University e procuraram saber se havia um jeito de fazer com que o garoto se comunicasse.
Lá disseram, inicialmente, que o cérebro dele não tinha nenhuma atividade. Porém, alguma coisa acontecia em seu cérebro, pois ele reagia com sorrisos diante de estímulos positivos.
Posteriormente, ele passou a usar um computador adaptado, no qual controlava o cursor tocando com a cabeça um botão, no encosto de sua cadeira.
Com muito amor, os pais o ensinaram a ler, a despeito das dificuldades que ele enfrentava por ser quadriplégico e não poder falar.
Rick finalmente foi capaz de se comunicar e pôde, então, começar a frequentar a escola, formando-se em educação especial.
Porém, o momento que marcou a sua vida ocorreu em mil novecentos e setenta e sete, quando Rick manifestou ao pai seu desejo de que participassem de uma corrida beneficente.
Dick, apesar de, até então, não ter participado de nenhuma corrida, aceitou o desafio e, para atender o desejo do filho, correu oito quilômetros empurrando-o na cadeira de rodas.
O enorme esforço daquele pai foi recompensado quando, depois da corrida, o filho emocionado demonstrou que, pela primeira vez em sua vida, havia se sentido como se não fosse deficiente.
Essa declaração inspirou Dick para que, junto com Rick, desse início a uma longa carreira que dura mais de três décadas.
Ele ficou obcecado por oferecer essa sensação ao filho quantas vezes pudesse.
Pai e filho não eram um só corredor e também não se enquadravam na categoria dos corredores em cadeira de rodas, mas acabaram encontrando uma forma de participar oficialmente das maratonas.
Tempos depois, foi-lhes sugerido que participassem de um triatlon, esporte que envolve a conclusão em sequência de trechos percorridos através da natação, ciclismo e corrida.
Nessas provas, o pai corre empurrando o filho numa cadeira de rodas e usa uma bicicleta especial na qual Rick vai sentado na sua frente.
Na etapa de natação, amarra um bote inflável ao seu corpo para rebocar o filho, que pesa cinquenta quilos.
Ele afirma que faz tudo isso apenas pela sensação de alegria que proporciona ao filho enquanto correm, nadam e pedalam juntos.
Hoje, aos setenta e dois anos, Dick continua participando de corridas, sempre acompanhado por Rick, que já tem cinquenta anos.
Ambos seguem dando um grande exemplo de vida, mostrando que com amor, fé e determinação, o ser humano é capaz de coisas aparentemente impossíveis, indo muito além dos próprios limites.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base em
fatos da vida de Dick e Rick Hoyt.
Em 30.07.2012
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Falando de Ingratidão


É comum se ouvir falar de ingratidão. Amigos que depois de terem privado da maior intimidade, se voltam violentos, desejando destruir. Basta uma pequena contrariedade, uma questão política, um diverso ponto de vista religioso. Eis formada a querela. O distanciamento.
Esquece-se de todos os benefícios recebidos. Dos abraços, das promessas, das alegrias repartidas e vividas em conjunto.
Esse tipo de comportamento demonstra como o homem, embora se diga humano, muito necessita crescer para se considerar como verdadeiro participante da Humanidade.
Recordamos de uma antiga lenda judia que fala de um homem condenado à morte e que ia ser apedrejado.
Os carrascos lhe jogaram grandes pedras. O réu suportou o terrível castigo em silêncio. Nenhum grito. Na sua condição, compreendia que a desgraça havia caído sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.
Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena pedra e atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar que não era do seu partido.
O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito estridente.
O rei, que a tudo assistia, ordenou que um de seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de haver suportado sem se perturbar as grandes.
O condenado respondeu: As pedras grandes foram atiradas por homens que não me conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei.
Lembrei de sua amizade nos tempos de minha felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro na desgraça.
O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo que mais culpado do que ele era aquele que abandonava o amigo na desgraça.
A lenda nos dá a nota de quanto dói a ingratidão de um amigo. Naturalmente, quanto mais estimamos e confiamos em alguém, mais nos atormentará a sua traição. A sua ingratidão.
É importante pois que examinemos nossas próprias ações, observando se não somos ingratos. Em especial com aqueles que estenderam a preciosidade da sua amizade, por longos e longos anos.
Não sejam as notas distantes de algumas rusgas que nos permitam agredir, de forma cruel, os que ontem nos sustentaram nas lutas.
Soubemos, há poucos dias, de uma aluna que, depois de ter recebido do seu mestre todo o apoio, em forma de ensino, livros, oportunidades de estágio, decidiu estabelecer uma questão judicial.
Esquecida dos tantos benefícios, das longas horas de dedicação do antigo mestre, depois de um desentendimento em que se sentiu lesada, resolveu requerer vultosa quantia como pagamento pelas horas de trabalho ao lado dele.
Olvidou o aprendizado, do quanto lhe devia por sua própria formação profissional. E mais: de quantas portas, graças à fama dele e experiência, se haviam aberto para ela.
Ingratidão. Sentimento que somente floresce nos corações enfermiços.
Moléstia do caráter que requer o remédio da compaixão.
*   *   *
Se alguém te retribui com a ingratidão o bem que doaste, não te entristeças.
É melhor receber a ingratidão do que exercê-la em relação ao próximo.
E se teu problema for de ingratidão dos filhos, guarda piedade para com eles e dá-lhes mais amor...
Porque a ingratidão dos filhos para com os pais é dos mais graves enganos que se pode permitir ao Espírito, em sua marcha evolutiva.
 
Fontes:
Redação do Momento Espírita com base na lenda judia Os amigos, do livro Lendas,
 fábulas e apólogos, ColeçãoAntologia da literatura mundial, v. 4, ed. Logos e no
verbete Ingratidão, do livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 28.08.2009.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.